quinta-feira, 20 de março de 2014

Mulheres Caricatas

Afinal, quem tem medo de mulher na publicidade feita no Brasil?
As empresas de pesquisa, os departamentos de comunicação das grandes marcas, que aprovam essas campanhas e tentam dialogar com uma mulher que morreu nos anos 1950? Ou seriam as agências e produtoras de publicidade que nunca viram uma mulher de perto?

A moça rançosa, de bobs na cabeça e cérebro de minhoca servindo o marido e divulgando tv a cabo. Outra mulher, muito burra, que reclama com o marido porque a levou ao cinema, onde não tem controle remoto (???)
Todas as empresas de materiais de limpeza... Se alguém lembrar mais algumas, por favor complemente, 
pois são piadas tão fraquinhas que acho ridículo na hora e depois esqueço.
Garota burra que vira capacho porque o cara é um playboy de vitrine e tem um carro zero?
Menina sem cérebro que vira objeto sexual só porque o cara usa desodorante e enxaguante bucal?

Certo, não vamos aqui ficar tentando descobrir porque esses empresários ricos ainda não viram que seus comerciais com mulheres múmia não aumentam vendas.  Ninguém fica procurando referências estéticas antes de sair pra comprar sabão. O que vende é a rotina de cada um de nós que consumimos. Aqui na minha casa, por exemplo, só compramos o que não agride tanto a natureza e não tá na tv, mesmo sabendo que são produtos mais caros. Cada lar é um lar. 

E tem mais: grande parte dos lares é mantido por solteiros, solteiras, casais homossexuais, famílias que misturam bichos e gente...
Você (mulher ou não) vai ao super mercado e compara preços e qualidade ou, na pressa, pega o que está mais a mão. 

A verdade é que homens adoram lavar louça e se disponibilizam até  comprar nossos absorventes na farmácia. Não é de hoje que ir às compras é tarefa de homem em muitos lares. Meu pai se divertia a beça no super mercado.
Algum adulto teria que atualizar o modelo, explicar pra esses guris publicitários que mulheres casadas não são uma produção em série de senhoras de rolos na cabeça e robes manchados de peixe frito. 

Tenho uma teoria de que até é compreensível as agências estarem apinhadas de guris de apartamento machistas, criados a coca-cola, empanados industrializados e hambúrguer de plástico. Afinal é o perfil dos aprendizes de propagandismo nas mil e uma escolinhas. Não se pode esperar que eles adivinhem como é o mundo real, se só conhecem aquelas mulheres dos comerciais que passavam entre uma transformação e outra do pokemon. Não se pode exigir que adivinhem como é uma mulher adulta na intimidade e que saibam que o tutorial que lhes deram já venceu e mofou na prateleira há uns 30 anos, pelo menos. 

Mas vejam, daí a um empresário de meia idade, do alto de sua gravata e sala de reuniões, aprovar esses teatrinhos de colégio há um elo perdido do tamanho do triangulo das bermudas.

Esse povo "criativo" anda precisando tomar mais todinho :D


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