sexta-feira, 8 de agosto de 2014

09

Sofro de TAG - transtorno de ansiedade generalizada -, tanto de nasci de 8 meses. Mas ok, meditação, florais e amor me fizeram superar muito a ansiedade e sua consequente apneia. Minha psiquiatra era muito incrível. Ela não queria me dar remédios porque entendia que, como artista, eu não poderia ficar muito "neutralizada". Então, por pouquíssimo tempo, usei um nadinha de paroxetina. Mas eu sou rápida nisto de ficar boa de gripes e depressões.

Estancia do meu pai, lá longe, no meio do pampa. Minha mãe sente as dores no início da manhã bucólica e gelada, mas como vivia a cavalo nas lides do campo sempre tinha alarmes falsos (a vida nas fazendas gaúchas, gáutchas e uruguayas só é fácil e cheia de vestidos de renda pra quem dança o Pezinho em CTGs da capital)
Meu pai liga pro médico e ele, incrédulo e tranquilo, em seu café da manhã:
- Não te preocupa! Manda ela se acalmar que termino o café, deixo os guri na escola e vou praí.

8 da manhã eu nasci, solita. Minha avó e empregadas ajudaram a mãe. Segundo ela, me teve dando risada, não teve dor, sem lágrima.
Ninguém teve coragem de cortar a placenta. Quando o médico chegou eu estava pelada na cama, no meio das pernas da minha mãe. Nasci em casa. Nasci no campo, nasci numa cama antiga. Dia 09... acredito em numerologia.

Depois que meu pai morreu, nunca mais festejei. Mas não é tristeza, não. É que eu sempre fiz aniversário no dia dos pais, ou um dia antes... e o bolo de chocolate era pra nós dois. Sei lá, deve ser porque ele morreu faz pouco (pra mim, sempre é pouco).

Aniversário... que bobagem!

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