sábado, 9 de maio de 2015

Vão


Mães  são  um meio
Nem início nem fim
Um veículo
Uma nave
Um objeto
Um ovo um ovni
Um estorvo
Saída
Passado
Nem santa  nem pura ou entidade
Muito menos a estação
Mãe é o vagão de um trem só de ida
Mães são cada uma
Segredo que nenhuma outra
Uma mãe é só um portal da morte ao contrário
Mãe é a passagem
A ponte
É  uma fonte que seca
Um poço que fica ali nos fundos e cai a noite
Nada além
Mãe não é flor
Nem presente
Nem moedas e fitas
Não é o comercial nem os retratos
É a dor que nunca poderá explicar
Os risos que nunca alguém vai decifrar
São gritos no silêncio
Nem  afirmação nem negação
Apenas ocaso
Mães não nascem nem morrem
Não são homem nem mulher
Dia nem noite
Um cordão cortado.


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