quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Eu conheço Campos de Carvalho, o interior do Mato Grosso e o orvalho.


Não sei quanto a vocês, mas estou há 29 dias de 2016.
Meu!! Dois mil e dezesseis!! Com 16 eu já escrevia e pouco ria, era séria e fazia poesia.
Faltam 29 dias. 29 anos. 29 pessoas. 29 horrores, filmes, músicas, amores e 29 refeições, questões. 29 garrafas de vinho.
Não lembro do último dia 29, mas devia ser como sou e igual ao que fui, correndo por aí, me escondendo por aqui cheia de trabalhos atrasados...
Tenho trabalhos atrasados!! Estou falando dos trabalhos que me sustentam, pois os que são, pra mim, um sexo selvagem, uma paixão, esses eu faço correndo, eu não durmo por eles, eu morro seca por causa deles.
Puta que pariu, estou mentindo!
Mesmo o amor que amo, eu traio. Eu traio pela vontade de novidade! Então, claro que não faço às pressas nem aquilo que mais me interessa.
Por exemplo, por volta dos 17 anos eu comecei a conhecer muito as entranhas do país. Nem lembro das poucas vezes que viajei com alguma companhia para lugares desconhecidos. Com parentes e amigos eu vou pra mares familiares...
Mas assim, viajar pelos projetos de cinema ou pra me perder sem esquema, daí eu vou sem ninguém, meio vazia de mim pra ver se me conheço um pouco ou - milagre - ver se algo me surpreende, algo me dá um susto, alguém me modifica.. quem sabe eu mesma me vejo e paro de me consumir.
Nessa noite não dormi, as dez da manhã sonhei com meus mortos.
No mais das vezes eu embarco sozinha e nos caminhos escrevinho, faço vídeos e shots e rolinhos de super8. Olho, escuto e penso.
Mas não pensem que esse monte de bobagens que eu escrevo e pics que posto nos meus mil endereços digitais, não pensem que são o principal do que vi, quis, fiz. Nããão mesmo.
Eu guardo coisas, eu guardo coceiras, emoções, solidões, paixões, medos, belezas e lembranças. Está tudo em páginas, agadês, cedês, devedês, até disquétes.
Eu guardo impressões e sentidos e, se um dia eu for relevante, alguém vai pegar tudo isso e vai ganhar um dinheiro. Mas eu tenho que morrer primeiro.
Hoje eu tenho que passar a madrugada pós produzindo fotos profissionais e não digo que não vou fazer meu dever, claro que vou. Contudo, antes disto, eu tomei um banho, eu lembrei de coisas como uma mania que a gente tinha uma época de cheirar rapé só porque as latinhas eram lindas mesmo as narinas ficando sujas de preto. Então, eu tomei um banho e fiquei pelada e fucei num baú cheio de figurinos dos meus filmes desde 1997 e. daí, descobri que tudo o que eu crio pra vestir tem algo meio névoa, muito transparente, fantasia cor de água.
Ah, isso tudo tanto faz. Lembrei agora de uma música idiota que eu compus quando da minha primeira banda e a letra ridícula de adolescente tinha uma parte que dizia "tanto faz e é só".
Caralho! Eu ainda penso do mesmo jeito!

biAhweRTher

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