quarta-feira, 9 de julho de 2014

Não é sobre futebol


Vi um dos jogadores declarando que "Deus me dará a resposta" pro vexame. Tal frase, junto com as mães que passaram o ano iludindo os filhos e agora "Não sei como explicar a eles" são marcas da falta de identidade de um país que festeja um Deus brasileiro, sendo que nunca vimos a cara de Deus e, dele, só se sabe que não aceita diálogo.
Olha, um país que incentiva as crianças a chorarem por bobagem, onde as pessoas usam manual até pra lavar o cabelo, maior consumidor de livros de auto ajuda... Dez passos pra isso, 20 formas daquilo...
Vamos falar sério! Tudo bem o Galvão Bueno, as patricinhas, os poetas e as criancinhas estarem em lágrimas por uma derrota que era óbvia ontem - embora com transbordamento na fonte de chocolate - mas pô, os adultos sabem que nós iremos perder pra Argentina, que perderá pra Holanda que - tomara que não - perderá pra Alemanha.
Do mesmo modo, nós sabíamos há meses que este é um ano de el Niño, contudo as prefeituras esperaram sentadas pra depois abrirem seus pedidos por roupas velhas dos guarda-roupas privilegiados. Será que ninguém sabe que não adianta esperar que Deus enxugue a chuva e as lágrimas? Será que nenhuma prefeitura poderia ter se preparado, evacuado, prevenido, como acontece no Japão que aguarda um tufão exatamente nesta semana? Será que adianta esperar que o Senhor amenize a instabilidade emocional dos filhos pequenos da classe média?
Japão, Alemanha, Holanda... como são azarados esses coitados. São mais organizados e adultos em brincadeiras como o futebol e também na vida real, mas não dormem na casa de Deus, pobres ateus...

Nenhum comentário:

Postar um comentário