segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

O movimento é sexy.

Sábado ao meio dia tu acorda e eles chegaram, rapidinhos, enlouquecidos em carros cor de rosa tocando tump tump estacionados na beira do mar, assustando as aves, produzindo latinhas de skol e garrafas de vodka waleska oprimindo os ninhos, barulho e orgulho.
Abrem as casas feitas de areia roubada das dunas, apertadas nos micro terrenos dos sonhos, bonitas por fora, sem fossa por dentro, fazedores de córregos fétidos onde saracoteiam suas crianças. Oba! Cocô ao mar. Gritedo e buzinaço na frente da reserva ecológica.
Sábado pela manhã eles chegam olhando o mundo com cara de eu posso, passam por cima de tudo, cavalo de pau, gritaria, cachorrinhos de madame nas coleiras de cristais swarpowiohwiróvski a olhar com nojo e medo pro cachorrinho que eles próprios abandonaram na praia no verão passado.
Mas ufa! Hoje acordamos ao meio dia, algo está em paz no canto dos pássaros e nas ondas do mar. Milagre?
Hoje é segunda! Rapidinhos e torrados de mormaço, eles colocaram tudo cedinho nos carros altos reprodutores de sofrência. Os panos de bunda, as caixas térmicas, conchinhas roubadas e restos de churrasco, o nariz empinado cheio de pomada.
Foram-se, bem loucos, apressados pra bater o ponto.
Agora é esperar que a natureza se restabeleça um tanto até a próxima invasão de produtos eletrônicos coloridos piscantes barulhentos fedorentos lotados de coisinhas e paus de selfie.
Paz.

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