domingo, 12 de abril de 2015

Porto Alegre alucinante


Domingo.

Uma brasileira, num programa da GNT, mostrando sua moradia na Toscana, natureza intocada e valorizada, em um pedacinho da casa tombada que foi do Américo, aquele que descobriu as Américas.
E daí eu me pergunto o que faço ainda na divisa do bairro Mont Serrat com a Boa Vista, onde as casas antigas com seus belos jardins se transformam em arquitetura-tendência, fria e dura; há 3 quadras de uma das maiores matanças urbanas de aves e árvores promovidas pelo Jose Fortunati e seus eleitores; moradora de um condomínio que, pra não sujar a piscina e não "manchar" o carro de uma ex-modelo cheia de pitis, pagou até multa mas não mudou a decisão de dizimar o perfume de dezenas de árvores. O que faço aqui, colada a uma pracinha bucólica, vítima do ódio, que todas as semanas sofre ataques de moradores do bairro que matam árvores frutíferas e calam pássaros na calada da noite pois acreditam que suas cores ajudam a ocultar bandidos e os monstros da falta de amor nas suas camas.
O que há no coração, com a pobre vida de uma pessoa que sai a noite com um facão em punho, pose de vingador e bate, bate, machuca uma árvore cheia de frutos verdes até que lhe arda as mãos, até vê-la tombar sem vida a seus pés? É neste momento que goza o cidadão de bem? Quem são os marginais perigosos?
Porto Alegre é que tem um jeito legal.

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