quarta-feira, 3 de junho de 2015

O paranauê publicitário e a Tecnoinquisição

Dizia Goebbels - aquele que inventou o mega produto Hitler e iniciou a escola que gerou crias midiáticas que vão de xuxa a pastores evangélicos a perfumes em Cristo a casas no céu a big méque, deuses tecnológicos e políticos barbie ... - que "o ser humano quer acreditar".
Bingo!
Ninguém tem tempo a perder averiguando. A vida é curta pra saber que religião quer dizer religare = reler, religar, reunir (eu diria... quem sabe... repensar?)

Voz uníssona: - Nós só precisamos acreditar, ter fé!! Relaxa e goza. Aceita que dói menos. Cala a boca e passa a carteira!
Não iremos elaborar sobre talvez, só talvez, estarmos ridículos no papel da competição dos deuses. Assim como é idiota acreditar que faz algum sentido o prêmio dos melhores do ano.
Mas me diga: Qual o deus melhor, mais querido, com a barba maior, mais zangado, mais cheio de propriedades no reino dos céus? O meu ou o teu?

Tudo é produto.
E quando colocamos um produto no mercado, basta ir à mídia e prometer qualquer bobagem que anda na boca do povo, numa brincadeira de "me engana que eu gosto". Feito! Se dizem, tá dito.
Nós vendemos de tudo pra nós mesmos, toda a sorte de mentiras e, do outro lado, recebemos lacrimejando agradecidos e crentes.

É por isso que estamos sempre em círculos crendo de novo e de novo. E a nossa era, que está apenas começando - essa que a partir de hoje vou chamar de Inquisição Tecnológica -, é o tempo em que se queimam bruxas de novo, só que o acendedor é eletrônico e as fogueiras ecológicas.
Quem viver verá. A coisa ainda vai ficar muito pior. Porque nós queremos a-cre-di-tar e precisamos i-g-no-rar. Não perderemos tempo investigando pois a vida é curta.

Sobre o caso Boticário, os crentes acreditam que podem boicotar uma campanha que, quanto mais polêmica, mais grana vai gerar.
Pior ainda é que os caras visitam os comentários do vídeo do Boticário pra manifestar seu boicote em redes sociais da Google, que é uma empresa abertamente apoiadora das causas LGBT.
É que aquele que acredita demais, ignora demais porque relaxa demais no sinal que move o homem em suas descobertas e soluções:
o ponto de interrogação.

De verdade, defendo a campanha do Boticário mesmo entendendo que é mero paranauê publicitário. Porque é bonita, é bem desenhada e corajosa num momento em que desmistificar é preciso antes que as coisas fiquem ainda mais perigosas na tecnoinquisição onde pessoas morrem, são assassinadas simplesmente porque amam um outro alguém.

Porém, não deixarei que a empresa Boticário seja meu exemplo pra nada, porque já duvido da desigualdade. Não acredito na desigualdade, a abomino e desejo que todas as crianças a partir deste momento nasçam com o direito de serem iguais para viverem suas diferenças.
Não vou comprar nada pro meu namorado no Boticário pra ir contra o boicote. Primeiro porque tenho mais de um namorado, então o gasto ficaria grande demais e eu dou a desculpa de que considero esses dias especiais invencionice da sociedade de consumo.

E também, eu não vou comprar nada no Boticário porque, apesar de ser a favor da belíssima campanha eu, antes de mais nada, já boicoto o Boticário há tempos porque é uma empresa que patrocina eventos de moda onde desfilam caros modelos feitos por trabalhadores escravos e onde se vê modelos lindas usando roupas feitas a partir do sacrifício animal.

Assim, amores, só posso dizer que Google, Boticário e trololós só fazem o seu dever social, o tema de casa, o retorno ao público ao se manifestarem contra a homofobia, que é ilegal. E eu preferiria não colocar seus nomes em uma bandeira minha, porque não precisamos de paranauês publicitários pra sermos gente boa e nem devemos confiar em grandes corporações. Eu não acredito na sinceridade de qualquer coisa que se manifeste em uma produção publicitária. Se as eminências pardas da boticário aparecerem descabeladas num vídeo de celular manifestando-se contra a homofobia, daí sim, eu até confiaria na honestidade do conceito. O resto são coisinhas que a gente quer acreditar.

Gentilezas \o/

Nenhum comentário:

Postar um comentário