sábado, 1 de agosto de 2015

Comensal

Tua voz, quando estamos a sós, 
é tão mansa
que qualquer bobagem é um sinal
A minha garganta fica burra e só gagueja verdades
E o meu nome é esperança
de que a noite não acabe.
O teu silêncio me mata.
Quando te animas em propostas
aceito o mais tolo dos convites
festejo o mais idiota dos lugares.
Mergulho em perfume, morro de ciúme
e me traduzo em versão ridícula.
Teu gesto, quando estamos sós,
é tão lento
que mesmo a pior música é dança
O teu olho vaga quando somos nós dois, intimida.
Acelero ao encontro, então chego e paro de respirar.
Tanto que vejo flores saindo do asfalto
Tropeço no invisível, caio e desmaio para o alto.
Atravesso as paredes em busca.
Tua palavra, quando o tempo para
Faz de mim uma pluma e de ti a brisa.
E é só... bruma... líquido...
Só nós dois examinando a lua, atirados no alto
Da duna macia onde morro mastigando tua voz.
]bw[

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