segunda-feira, 3 de agosto de 2015

O quadrado e o círculo.

O quadrado e o círculo
Vê o círculo de giz? Então te afasta!
Alimenta rudes questões pras quais já inventaste as respostas.
Morre de medo e me deixa em paz.
Me esquece onde me transfiguro aqui no mundo que eu mesma fiz,
Nem pensa em tocar na minha linha invisível que separa a coragem do impossível
Guarda distancia da minha ânsia
Anos luz da semelhança
Mantém lá fora os nãos!
Porque eu... eu não posso com essa mania de realidade
Diferenças e frutos proibidos. Não me aguento diante de tanta sobriedade
Não tenho portas e desfilo em três caminhos que se fundem e dão no mar.
O mar...
Nunca soube dos sistemas angulares, lineares...
Digeri aí o teu tudo, a tal de métrica.
Não obedeço nem padeço, simplesmente esqueço
Faltei no curso de crueldade
Nada sei da exatidão, vergonha, religião.
Fica fora do meu Não espaço!
Longe do meu Não domínio
Segue cego pela concretude
Acumula tuas coisas e coisinhas
Esteja seco do meu orvalho.
Não tenta desvendar, aproximar
Você nunca vai entender que nada há.
Nem chaves, nem ponteiros.
Aqui dentro é fora!
Só o sal, musgo e desejo.
Não há dentro, só o vento.
Aqui é o nada porque de nada se precisa.
Só a invisibilidade.
E sabes do que mais?!
Nunca existiram os tais limites.
Nunca desenhei qualquer círculo de giz!
Eu menti!
Você não viu que não tinha nada pra se ver?
Era apenas ser, meu bem... Apenar ser.
]Ana Beatriz[

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