sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Capitanias Hereditárias

Conhecer eu sempre quero. As trocas sim, escambos.
Mas não curto as bandeiras enterradas nas fronteiras. Meus orgulhos são das subjetividades, não dos sangues derramados nas geografias. 
Por exemplo, nunca entenderei porque eu deveria ter orgulho de ser gaúcha ou terráquea. Tudo são contingências. Nasci neste planeta por uma ínfima questão temporal, espacial, dimensional. Sensacional...
Mas a gente é o que é até aceitar incorporar novos seres e saberes admitindo que   de nada adiantam as cercas porque nossa contribuição é apenas morrer nascer e transmutar. Adubo. Então essa coisa de bater no peito e falar de tradição é como colocar os sentidos numa caixa e entoar um hino monocórdio no escuro.
O homem caminhante caminhava caminhava até que parou, inventou um nome e desenhou linhas invisíveis. Mas nem todo mundo quer saber disso, nem todo o ser acha que deu certo isso de sair da aventura pra se esconder num apartamento, nem todo mundo quer. Eu, pelo menos, não dou valor nenhum. E até acho que se desinventarmos Deus a gente reencontra os caminhos da liberdade, soltos por aí. Mas isso é outra história, isso de reinventar a história. É pra depois que o mundo explodir, implodir, queimar vivo meio morto de tanto os Deuses que o homem estacionado inventou matarem todas as pessoas humanas e até as não humanas - que não tem nada a ver com isso - e sobrarem uns 6 ou 7, sete dias depois do final, rotos  os 7 sussurrando: - Então era isso... então era isto.
Quer saber? Isso que escrevo, na verdade, todo mundo já sabe pelos filmes que fizeram inspirados nos livros que escreveram sobre épocas ocultas, dedos que apontam, livros santos, cidades ardendo e senhores barbudos, crianças divididas, mulheres vendidas.
]bw[

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