sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Lilith em Babylon

Sigo pensando sobre feminismo, sobre o feminino.
Acredito na possibilidade de existirem homens feministas como vejo mulheres obedientes aos discursos machistas. Somos gente, nos contradizemos enquanto espécie; uníssonos na sina.
Não acredito na diferença capital entre homem e mulher, acredito na parecença. Vejo uma mulher e um homem e ainda uma terceira entidade em cada homem e mulher. Alguns temem e escondem a sua diversidade natural; alguns tremem e enganam-se, forjando no espelho uma pedra. Pórem a pedra também se modifica e pode ser várias.
Cismo sobre o novo, sobre juventude.
Acredito na possibilidade de existirem jovens empedernidos e calejados, assim como vejo velhos que voam como um bebê diante do desconhecido. Não creio na guerra entre jovens e velhos, acredito no complemento. Vejo em cada idoso uma criança que resiste, em cada novato um velho que adivinha o inconsciente coletivo. Continuidade...
Cogito sobre minha derme... moura? índia? selvagem...
Confio na possibilidade de existirem todas as relíquias históricas na minha menina memória de milhões de anos. Não admito remota diferença entre os meus e o cáucaso. Nos vejo idênticos entes dos andarilhos. Tempo, espaço e demolições.
Penso em você e em mim, num planeta que se revira entre tumores e flores, entre milhões de outros planetas; pequenas partículas como átomos que formam nossos corpos e, se usarmos a lente convergente, veremos que somos todos um corpo só, um a complementar o outro no tempo e no espaço. Sem você, não existo; você sem mim é ninguém e nem me venha com o nariz de pó de arroz dizendo que vive sem mim, pois nós dois somos como a vida numa poça d´água e no sistema solar e nos desdobramentos espíritas ou nos buracos negros da ciência. Há fios de luz que ligam nossos umbigos e o mundo entra por um furo no céu e morre sem nós dois juntos.
Não percebo nossas divergências; digo não.
Mas acontece que somos tão pequenos, mínimos, tão crianças diante do infinito, tão mini formigas que enxergamos apenas a latitude microscópica de uma ilusão e arrotamos superioridade de dentro das nossas gavetas, planetas.
]bw[

Nenhum comentário:

Postar um comentário