segunda-feira, 14 de março de 2016

A vida não precisa morrer antes de você perceber.

Sobre a comoção ontem, no Tributo ao Júpiter Maçã, queria refletir aqui,discretamente, no meu cantinho...
Ali, com as minhas lentes - melhores amigas por detrás de quem me oculto sempre nos grandes encontros - me deixei observar pessoas que conheço há tanto tempo, rindo e chorando, dividindo.
E aquela hora que quase todo mundo foi pro palco mas alguns ficaram encolhidos num canto com o olhar em outro espaço-tempo e não ousei retratar o momento, conexão íntima;
E as pessoas com quem falei e que me abraçaram com um carinho que naquele exato instante parecia, talvez, mais verdadeiro porque a morte tem um papel paradoxal; ela une, desnuda.
Parece que a falta despe a gente, desburocratiza. Parece que é preciso morrer pra daí ser real a aceitação, reconhecimento entre os pares.
Pois, na verdade, somos todos da mesma turma, não interessa se alguns tem gravadora outros não; alguns grandes produtoras outros não; alguém ficou famoso o outro não; alguns preferem ser independentes, outros querem segurança; alguns são loucões, outros acadêmicos.
O que ficou pra mim, ali, vendo a noite por detrás da grande angular, da macro, da objetiva, foi a verdade que todo mundo quer, mas muitos temem; sobre valorizar o outro, desprezar as competições vazias, admirar as pessoas enquanto elas estão vivas, fazer homenagens todo santo dia.
Por mim, as pessoas ficariam sempre naquele estado que estavam ontem, sempre assim, pura emoção.

]bw[



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