segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Sobre críticos e agressores.

Observei que toda a crítica, até a mais injusta e maliciosa feita pelo pior inimigo, pode ser interpretada e utilizada para o meu bem. Claro, nunca o nosso olhar entende exatamente o que outra voz nos dirige pois as partículas se reposicionam no caminho entre nós e fica só a impressão, a marca do gesto que define se a mensagem é de amor, de ódio, de vingança, de agradecimento... O resto, o texto, é bobagem.
Não são plenamente os critérios alheios que importam numa crítica, mas um diálogo paralelo. Só o receptor da mensagem tem o poder de definir se o tiro é de chumbo ou de pétalas, nunca o crítico mensageiro. A crítica para o crítico é como a obra para o autor, depois que sai, é desconstruída e reinterpretada e não há o que ele possa fazer a respeito.
Assim, concluí que uma crítica, mesmo que muito peçonhenta, é como um anagrama que só cabe a mim transpor,
 Depende apenas de qual parte minha vai recebê-la. Pode ser o umbigo, pode ser o cérebro, pode o coração ou uma parte que não sabia que havia em minhas entranhas ou almas.
Escolher com quais olhos vou escutar e ler é primordial pra que eu saiba fazer uso, ou não, dos olhares extrínsecos.

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A crítica ganhou sinônimo de agressão, quando não é. Quando é agressão, não é crítica. Já recebi críticas bem ácidas de pessoas inteligentes e formadoras de opinião. Era pessoal, pois sou muito politizada e, em nosso meio, se você confronta o estabelecido vai pra fogueira sem dó. Só que aquelas pessoas eram entendidas, tinham a voz e o direito à crítica em espaços especializados. Apesar de injustas, eram formais e eu tinha que fazer uma limonada com elas. Daí, aprendi que mesmo que seja uma crítica maldosa, sem ética e tendenciosa, você sempre vai tirar algo de bom que pode ajudá-la a melhorar. Nem que seja aprendendo a controlar o ego, a ser fria ao ler coisas horrorosas a seu respeito, a saber cozinhar o tema antes de sair dando respostas.

Assinado: A leonina menos egocêntrica da cidade (ou não).

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