quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

1999 .... ASSISTA O FILME MAIS LOUCO DA DIRETORA DE ARTE MAIS ASSUSTADORA DA CIDADE!

Hoje volto para a beira do mar. Trabalhar no FLõ sob as ondas por uns dias. 
Mas antes de pegar a estrada com as minhas gatinhas quero mostrar um filme que disponibilizei no meu Vimeo nesta madrugada, após muitos anos de pedidos do elenco para que eu o fizesse.
CHAMA-SE "O Fim", Dirigi produção e arte. Fiz a locução, inventei elementais e seres estranhos e pintei corpos nus.
Foi rodado numa quente madrugada de janeiro de 1999, nas catacumbas do CEUE, em super 8. Usamos PlusX e Ektachrome até onde me recordo, mas meus alfarrábios de cronogramas e riders técnicos tem tudo anotado, isso é sempre bem bacana de lembrar e comentar. Os diários de pré produção, rodagem e estréia desse filme valeriam um livro.
Eu tinha vergonha dos meus primeiros porque, sendo uma jovem confrontadora e diferente, passei muito bullying.
O FIM, na verdade não foi meu primeiro filme, em 1997 nós começamos a rodar o 16 mm "A Verdade às Vezes Mancha" e em 1998 comecei a Rodar "Lilith... a Última Viagem do Século". Lilith... rolou o país e fez muitos fãs, estreou em 1999 também, se não me engano. O "Verdade" só estreou no ano 2000, junto com o meu 35 mm "Suco de Tomate" que foi muito mais famoso e rodou o mundo. Naquela época valorizávamos Gramado, mas ninguém aplaudia nossos filmes.
Nossos amigos faziam filmes legais, engraçados ou com citação de grandes mestres. E tinha os filmes loucos do Cristiano Zanella, que eu amava. Mas era quase só eu de mina. Dirigindo eram menos minas ainda. Os filmes passavam e a galera se abraçava e se beijava. Os meus passavam e todo mundo ficava em silêncio.
Eu ia ganhando fãs lá fora enquanto viajava com os filmes, levando oficinas e mostras, o Cinema na Mochila... mais tarde, o FLõ festival do livre olhar.
Mas os prêmios eram mirrados porque ninguém sabia o que fazer com o que nós fazíamos. Alguns jurados vinham se explicar. Ganhamos prêmios de júri popular e isso é bom, mas nunca achei bonito não me reconhecerem como a grande diretora de arte que sou. Isto me magoava muito, pois os entendidos sabem que sou foda e meus amigos que ganhavam prêmios dirigindo arte sabiam que sempre mandei ver como ninguém. Nunca mandei assistente de arte ao xópin pedir roupinha emprestada e pouco aluguei objetos. Sempre desenhei, fiz maquete e construí cada ponto de luz, cada roupa maluca. Fiz mesas. cadeiras e camas penduradas em árvores para nossas cenas...
Enfim... ASSISTAM "O FIM". É um filme de quando eramos crianças mas nele há muitos nomes que hoje são os fodas das artes aqui no sul. O diretor João de Ricardo é um deles. Messias Gonzalez e muitos outros que depois eu linco. E tem até o Carlos Carneiro, que tinha 20 anos, já era a pessoa mais querida e foi assistente pra comprar cerveja pro André Arieta(sem minha cerveja, não rodo) e (quase) aparece no final, como um policial.

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