domingo, 14 de junho de 2015

Se mentes e Para fusos

Se mentes e Para fusos.

Remo contra as ondas,
Já não nado no seu nada.
Mergulho no escuro, partindo, submergindo...
Você gira em torno de si, você ilha.
Eu acidente geográfico.
Você iceberg
Eu, floco indigente no espaço, derreto ao sol,
Escorro rios, oceanos.
Você ri lá do alto do pescoço, fixo, perverso.
Eu, sem um plano, disperso.
Cedo, você dorme.
Tarde, eu desperto.
Você se veste de sonho.
Nasci pesadelo.
Te ofereço os morangos,
Você me desperdiça, despedaça. Esmolas.
Me divirto cambaleante, salto ofegante
Num velho colchão de molas.
Você, porão oculto. Eu me enfio no sótão e me atiro do telhado.
Amarfanho nas pedras e pontas. Eu deserto.
Não uso chaves, saio pelas janelas, pulo as cancelas.
Você bate a porta, encerra, emperra.
Arranquei paredes com os dentes,
Eu sangue, você suor.
Você cerveja gelada, a cabeça sobre os ombros.
Corta as asas, rasga a língua.
Eu vinho, aparo os cabelos úmidos da insone madrugada.
Você tem tantas certezas.
Eu nunca lembro de nada.


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