sábado, 21 de novembro de 2015

O voluntariado e a vaidade.

Desde que comecei a participar voluntariamente de ações sociais, noto que as pessoas costumam querer decidir o engajamento alheio, como se uma luta valesse mais que a outra, quando na verdade deveríamos entender a empatia como um poder coletivo e cada atividade como complemento das demais. Por exemplo, se você luta contra o holocausto animal, você está lutando pelo ser humano também e assim por diante. Você pode fazer fotos denuncia, ajudar a alimentar mendigos, defender a floresta ou manter uma página no facebook. 
Eu escrevo e isto não significa que não me voluntarie há muitos anos em ações práticas tanto na defesa da natureza como das gentes humanas e não humanas. Já resgatei bichos e já ajudei moradores de rua, já fiz vídeos documentais e, conforme posso, vou trabalhando a ponto de muitas vezes não ter grana pra mim - curiosamente, me sinto feliz assim.
Noto que muitas pessoas não admitem o valor do engajamento pela internet na forma de textos críticos, artigos e divulgações, mas eu defendo quem escreve e acho ingênuas as pessoas que consideram de menor importância escrevermos sobre os temas que afligem a humanidade por considerarem que vale mais fazer doações, por exemplo.
Escrever e gerar debate, a meu ver, é uma ação tão importante quanto ir a campo, até porque uma coisa não elimina a outra e, também, não podemos participar in loco de todas as ações sociais.
O que importa é que as lutas se complementem e não façamos do voluntariado uma competição de quem é mais ou menos bonzinho.
Os projetos sociais nos quais me envolvo não são uma vaidade e não são meus - vejo pessoas usando muito expressões como "minha ONG" ou "meu projeto social" - , por isso, como todos os que me seguem estão carecas de saber, só venho a público comentar as lutas das quais participo ou as que lidero quando preciso conseguir ajuda. No mais das vezes, prefiro trabalhar quieta no meu canto, sem fazer propaganda de mim porque se engajar é dever, no meu modesto entender.
Neste sentido, vejo a internet como ferramenta importante que pode e deve ser usada não apenas por quem está efetivamente neste ou naquele grupo voluntário, mas por todo o indivíduo consciente e a favor de um mundo mais humano.
Quero dizer com isto que ler e escrever também são a revolução, senão forem, inclusive, o início dela. Escrever e debater é lutar porque cumpre o árduo papel de conscientizar. Ler e escrever sobre os problemas da nossa sociedade é tão importante quanto dar esmolas, se não for mais fundamental ainda.
biAh weRTher

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