sábado, 9 de abril de 2016

Você não está ensinando demais sobre o ódio?

Quando eu fiquei grávida do meu filho, apesar de estar vivendo uma época radicalmente vegana, de já me entender como uma menina tomada pela contra cultura e já ter noção de que sem leitura uma pessoa cresce idiotizada, a única meta que me dei no mesmo dia e hora que soube levar outra pessoa dentro de mim foi:
- Vou crescer junto com ele. Irei ensiná-lo a dizer "Eu te amo" com todos os seus sentidos como se fosse algo absolutamente normal porque eu vejo a minha geração crescendo com problemas pra amar e percebo nossos pais não sabendo expressar seus sentimentos,
Então, ele não terá vergonha de fazer declarações bonitas e vai escutar isto de mim todos os dias, daí sairá da sua boca muito mais naturalmente do que qualquer outra ideia ou sentimento.E quando alguém disser que estamos tornando o amor algo comum, mundano demais porque amor é algo raro, a gente vai dizer que é esta a ideia, fazê-lo parte e não apenas sonho.
Ele mamou até os 3 anos, vivíamos pelados pela casa e tomávamos banho juntos até ele ter 7 anos e, naturalmente, claro, havia a convivência com os instrumentos musicais, as lentes de cinema, os livros e quadrinhos sem que eu precisasse me preocupar em lhe impor esta ou aquela referência, pois eram rotinas mais aceitas pelo mundo que nos cercava e cerca do que saber amar.
Porém, o amor, isto sim era, é preciso ensinar porque o mundo dizia e diz que confessar o seu amor pelos outros é ridículo, que amor é caro, precioso e perigoso; que é dependência, é se expor, se humilhar, diminuir-se, vulgarizar-se.
Nunca fui ou serei uma boa mãe, a única coisa que ensinei ao meu filho foi saber dizer Eu te amo, nada mais.
]bw[

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