domingo, 23 de outubro de 2016

Missa Dominical

Claro que uma pessoa, ateia ou religiosa, tem seus defeitos e suas belezas. Ninguém é puro só por que acredita em Deus; ninguém é justo só por que decodifica os grandes pensadores.
Porém, minha tendência é confiar mais em pessoas ateias por motivos gritantes subjetivos e muito por experiências pessoais. Já vi muita gente grudada num rosário e vivendo sob a égide dos movimentos mais preconceituosos da história.
Simplificando, se você respeita as outras espécies, se você se incomoda com a desigualdade, sofre com o sofrimento alheio e luta por um mundo melhor sendo ateu, sua essência é pura por que é natural em você o sentimento de justiça.
Agora, se você não sabe como ser uma pessoa legal se não for obrigado a crer que há um senhor zangado, invisível e opressor lhe fazendo tremer diante do pecado para que você se obrigue a respeitar o próximo... daí.. poxa, seu caráter inspira cuidados.
Religião é como as drogas, você escolhe a sua favorita mas pode muito bem viver sem ela a não ser que você seja uma pessoa propensa a se entregar aos vícios. Eu adoro umas três religiões. Meu pai era ateu e não curtia esse meu lado místico, mas eu achava que era como tomar suplemento alimentar sabe. Em casa me davam terragran pro corpo e livros pra mente, na rua eu curtia entrar na igreja ou visitar a umbanda junto com a minha vó como quem toma uma vitamina pra alma. A mitologia da umbanda é linda, a igreja católica quando está vazia em seus ecos me dá uma certa paz. Depois comecei a curtir budismo e tive minha fase de visitar Três Coroas que, no final dos anos 90, virou modinha... Mas estou sabendo que eu, sozinha, é que preciso me melhorar e respeitar os outros. Só depende de mim ser alguém descente e honesta e isso eu aprendi com meu pai ateu que conhecia a bíblia de trás pra frente pois considerava uma publicação política e foi o cara mais digno, justo e tomado pela empatia que já conheci..
Um beijo.

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