terça-feira, 20 de dezembro de 2016

GASLIGHTING É TENDÊNCIA.

De dois em dois meses algum homem feio, grosseiro, desses que acha chique jogar cocô no mar gaúcho, odiar nordestinos e brigar por causa de futebol, invade meu espaço para me ofender. Claro, pelo tipo de vida que levo, esses homens nunca terão a mínima possibilidade de me ver de perto, ver o quanto é linda a minha vida, as minhas pessoas, leves os meus dias no meu lar-ateliê com as pessoas que amo, meus clientes, amigos, as gatas e a minha cadela Júlia Albertine. Nunca terão o direito de vivenciar, entender meus processos criativos, participar dos meus projetos voluntários ou ser motivo de inspiração pra meus filmes, contos, poesias visuais, retratos e risos.
Mas eles vem. Noto que ficam à espreita, juntando ódio a cada post meu, a cada vitória, a cada texto que muita gente partilha, a cada imagem que toca pessoas, cada obra que alguém compra, cada elogio que recebo.
Eles ficam no sombrio espaço dos stalkers e, um certo dia, não aguentando tanto ódio de uma mulher feliz e livre, eles cospem.
Como hoje, um senhor bem grosseiro, que nunca teria acesso a mim sem ser metendo o pé na porta, entrou em minha timeline e nas mensagens inbox com a desculpa de defender o governo Sartori, que venho criticando.
Ele veio do nada, nem sabia que era seguidor da minha página e não entendo por que o é.
Veio e me chamou de louca, mal amada, doentia, petralha, esquerdopata, solitária, doente (mais uma vez), mal recebida em todos os lugares (oi?), necessitada de tratamento, sem amor (mais uma vez) e tudo aquilo que os machistas decoram no curso de gaslighting.
Depois de dizer tudo isto, ele riu: "estou tremendo de medo", "não falei nenhuma mentira", "o que falei não é ofensa"...
Eles vêm, e na sua masmorra não os ensinaram que ao chamarem uma pessoa de louca eles precisam não só provar como pagar pelo dano moral.
Infelizmente pra ele, não sou solitária. Mas tenho mil amigas que optaram pela solidão e são muito felizes.
Infelizmente pra ele não me falta sexo, Mas conheço mil gentes que preferem não fazê-lo e estão bem de boa....
De ontem prá hoje vi várias pessoas de esquerda, mulheres, trans, músicos e atores anunciando que estão ganhando na justiça ações contra tais desocupados. Me parece a nossa melhor saída.
Optar pela humanidade não é uma decisão fácil no planeta das luzinhas tecnológicas e do vício em compras. Mas força na peruca! Sou esquerdopata :)




Um beijo.
biAhweRTher

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